segunda-feira, 3 de março de 2008

Lembranças

Cenas corriqueiras me remetem à infância: ao tempo em que minhas únicas preocupações eram 'saber quantas moedas se faziam necessárias' e 'ter os meus pais sempre por perto'. Hoje as moedas não mais me impressionam; e não temo [como antes] não encontrar os meus pais ao chegar em casa.

O cheiro da grama recém-cortada, o estalar dos beijos da minha mãe... Tudo isso em mim permanece de alguma forma. A primeira escola, os amigos queridos, os planos de fugir de casa. É... fugir de casa! Qual a criança que nunca se irritou com a mãe, juntou os brinquedos na mochila e pensou em sair, mundo afora?

A minha avó não preparava bolinhos. Mas, sempre que podia, fazia questão de nos agradar. Na época, eram cerca de 8 netos. Esses, seus por natureza; outros tantos, do coração. Lembro também que de vez em quando algum de nós aprontava. Então ela gritava "ô, menino!" e sabíamos que alguém em casa iria apanhar.

Essa saudade aumenta a minha fragilidade. Não falo apenas por mim, egoísta e enganadora, mas por uma lembrança compartilhada com ternura e bondade.

Recordações que me fazem bem, que me trazem um vazio, que me fazem chorar. Sentimentos há muito esquecidos, mas que vêm e vão, só para me lembrar que, enfim, fui feliz.

2 comentários:

Laura Regina disse...

sinceramente, lembrei logo da minha vó fazendo doce pra familia, ou eu brincando na rua com o pessoal da vizinhança, ou o colegio e suas diversoes, as amizades perdidas ou reconquistadas, ou...
eh melhor deixar pra la, isso nao ta me fazendo bem.

Nelma disse...

É, eu sei. Recordar 'tem lá' esses efeitos. X)