segunda-feira, 7 de julho de 2008

Será que cabe romantismo em mim?

Falar de amor não é fácil,
precisa-se teorizar,
institucionalizar o amor
e pôr limites onde não há.

Também não é fácil amar,
não é fácil para uma finitude cotidiana
deixar-se penetrar pelas perturbações
e pelas incongruências
que nela são provocadas
quando em contato com algo
de natureza tão oposta à sua
como é o amor

Acontece que eu acabei de falar de amor!
Pois, se ele é de natureza oposta
ao que é finito e cotidiano
logo, é infinito e extraordinário!

Mas ainda assim
o amor não cabe nesta lógica.

Infinito não serve
porque quando estou com você
tenho medo do fim.
Uma angústia me consome
e eu só consigo pensar
que mais cedo ou mais tarde
o seu amor por mim
vai acabar.
Mas por outro lado
há uma chama de certeza
que permite que eu me entregue
e saiba que amanhã você vai voltar.

Isso não é extraordinário?!

Não, não é!
Isso, extraordinariamente,
invade meu ser todos os dias
e até mais de uma vez por dia
tantos quantos forem os momentos
em que estou com você.

Não existem palavras
que sirvam à lógica do amor
porque o amor não tem lógica
ele é sim e não,
é tesouro e esmola,
é nada do que eu tenho
e tudo que eu quero te dar!

9 comentários:

Laura Regina disse...

[sem palavras]

...

inacreditável
fico "besta" qndo, muitas vezes, leu textos aqui e me vejo totalmente neles
isso eh lindo
a "cincronicidade" do universo?
nao sei... quem sabera?

mas, como diz uma pessoa querida,
"o que queremos mesmo não eh ser amados, dah trabalho
queremos apenas amar, nos doar"

eh...

Nelma disse...

Achei 'simplesmente profunda' a afirmação do Maurício [no último encontro, essa segunda, dia 7] de que "pior do que amar, é ser amado"... Depois, pensando bem, vi que além de verdade, essa idéia faz MUITO sentido.


***


Doamo-nos ao objeto do nosso amor com tamanha força e intensidade... e isso nos satisfaz – embora essa doação, por vezes incondicional, cause dor. Vemos o amor como "um fim em si", enquanto amantes. De nós nada se espera quanto à lucidez ou à perseverança, já que o amor é, por vezes, irracional.

Já ao objeto desse amor, o ser amado, destina-se o papel daquele a quem cabe corresponder [ou não] e sobre quem é tamanha a expectativa (na medida em que a sua recusa causa sofrimento ao ser que ama), sendo-lhe aplicada, por isso, a condição de prisioneiro e carrasco: este não escolhe ser amado ou mesmo em quem despertará tal sentimento.

Sempre achei que, podendo escolher entre amar e ser amado, a segunda opção seria melhor negócio... até agora! Sem dúvida, analisando através dessa nova perspectiva, vejo que optar pelo primeiro, embora [grosseiramente falando] seja sinal de fraqueza, egoísmo ou covardia, talvez seja o mais sensato.


***


P.S.: O 'simplesmente', nesse caso, não possui conotação de 'banal'... mas de algo 'aparentemente bem-resolvido', que não demanda maior 'esforço reflexivo' ou que cause inquietação.

Elen disse...

tá certo Nelma, agora até os comentários agora são uma arte!!!

Nelma disse...

É... acho que 'me empolguei' um pouquinho, desculpem... ¬¬'

Laura Regina disse...

desculpa, nada!
continue fazendo isso!!!
;)

Unknown disse...

cara,que texto LINDO!
fora todos os adjetivos q se encaixam na minha singela frase q só quer dizer: PARABÉNS pelo texto!
e Nelma tbm merece pelo belíssimo comentário!
hauhauahuahauh
sua empolgação tbm foi demais!

Lázaro disse...

Empolgação é sinal de afeto (de "afetar"). entao, que bom que o texto te afetor, Nelma.

Pra Laura, deixo o comentario de Moninha: "é literatura"...

e pra Elen, vc ja sabe o que eu acho.

Laura Regina disse...

eh bom ver q as pessoas tb tem sentimentos...
:p

Nelma disse...

É? o.O'