Falar de amor não é fácil,
precisa-se teorizar,
institucionalizar o amor
e pôr limites onde não há.
Também não é fácil amar,
não é fácil para uma finitude cotidiana
deixar-se penetrar pelas perturbações
e pelas incongruências
que nela são provocadas
quando em contato com algo
de natureza tão oposta à sua
como é o amor
Acontece que eu acabei de falar de amor!
Pois, se ele é de natureza oposta
ao que é finito e cotidiano
logo, é infinito e extraordinário!
Mas ainda assim
o amor não cabe nesta lógica.
Infinito não serve
porque quando estou com você
tenho medo do fim.
Uma angústia me consome
e eu só consigo pensar
que mais cedo ou mais tarde
o seu amor por mim
vai acabar.
Mas por outro lado
há uma chama de certeza
que permite que eu me entregue
e saiba que amanhã você vai voltar.
Isso não é extraordinário?!
Não, não é!
Isso, extraordinariamente,
invade meu ser todos os dias
e até mais de uma vez por dia
tantos quantos forem os momentos
em que estou com você.
Não existem palavras
que sirvam à lógica do amor
porque o amor não tem lógica
ele é sim e não,
é tesouro e esmola,
é nada do que eu tenho
e tudo que eu quero te dar!
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9 comentários:
[sem palavras]
...
inacreditável
fico "besta" qndo, muitas vezes, leu textos aqui e me vejo totalmente neles
isso eh lindo
a "cincronicidade" do universo?
nao sei... quem sabera?
mas, como diz uma pessoa querida,
"o que queremos mesmo não eh ser amados, dah trabalho
queremos apenas amar, nos doar"
eh...
Achei 'simplesmente profunda' a afirmação do Maurício [no último encontro, essa segunda, dia 7] de que "pior do que amar, é ser amado"... Depois, pensando bem, vi que além de verdade, essa idéia faz MUITO sentido.
***
Doamo-nos ao objeto do nosso amor com tamanha força e intensidade... e isso nos satisfaz – embora essa doação, por vezes incondicional, cause dor. Vemos o amor como "um fim em si", enquanto amantes. De nós nada se espera quanto à lucidez ou à perseverança, já que o amor é, por vezes, irracional.
Já ao objeto desse amor, o ser amado, destina-se o papel daquele a quem cabe corresponder [ou não] e sobre quem é tamanha a expectativa (na medida em que a sua recusa causa sofrimento ao ser que ama), sendo-lhe aplicada, por isso, a condição de prisioneiro e carrasco: este não escolhe ser amado ou mesmo em quem despertará tal sentimento.
Sempre achei que, podendo escolher entre amar e ser amado, a segunda opção seria melhor negócio... até agora! Sem dúvida, analisando através dessa nova perspectiva, vejo que optar pelo primeiro, embora [grosseiramente falando] seja sinal de fraqueza, egoísmo ou covardia, talvez seja o mais sensato.
***
P.S.: O 'simplesmente', nesse caso, não possui conotação de 'banal'... mas de algo 'aparentemente bem-resolvido', que não demanda maior 'esforço reflexivo' ou que cause inquietação.
tá certo Nelma, agora até os comentários agora são uma arte!!!
É... acho que 'me empolguei' um pouquinho, desculpem... ¬¬'
desculpa, nada!
continue fazendo isso!!!
;)
cara,que texto LINDO!
fora todos os adjetivos q se encaixam na minha singela frase q só quer dizer: PARABÉNS pelo texto!
e Nelma tbm merece pelo belíssimo comentário!
hauhauahuahauh
sua empolgação tbm foi demais!
Empolgação é sinal de afeto (de "afetar"). entao, que bom que o texto te afetor, Nelma.
Pra Laura, deixo o comentario de Moninha: "é literatura"...
e pra Elen, vc ja sabe o que eu acho.
eh bom ver q as pessoas tb tem sentimentos...
:p
É? o.O'
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